O Brasil tem muito potencial, em diferentes sentidos, sejam eles naturais, econômicos e sociais.
Existe um provérbio que diz “a grama do vizinho é sempre mais verde”.
O provérbio revela o quanto achamos que tudo além das fronteiras verde e amarela pode ser bem melhor do que o que temos.
De fato, quando o assunto são alguns índices de desenvolvimento em relação à pesquisa e investimento em tecnologia.
Alguns países como Finlândia, Suécia, Alemanha, Japão ou Estados Unidos disparam na frente do Brasil.
E , por isso, se tornam nações invejáveis nesses quesitos, a ponto de serem modelos e exemplos inspiradores para quem também quer crescer com o seu negócio.
O Vale do Silício nos Estados Unidos é um exemplo de promessa de futuro.
Mas o lugar além de reunir grandes empresas reconhecidas mundialmente e que faturam bilhões com suas iniciativas de negócio, estimula um modelo mental.
Aí está a diferença.
Não é válido chegar no Vale do Silício acreditando que alguém vai se interessar pelo seu negócio imediatamente e que atrair investidores é suficiente para o sucesso.
O Brasil pode aprender com o Vale do Silício.
Deve aprender com a cultura do Vale, pois as pessoas que residem ou as que desembarcam por lá querem criar algo verdadeiramente impactante.
Que apresente soluções e traga resultados.
As pessoas chegam a fim de trabalhar – e no Brasil, há muito dessas pessoas.
Talvez, um caminho significante seria unir essa força e vontade a uma outra ponta: a da finalidade de impactar o mundo.
O modelo mental do Vale, muito se define por isso – e se difere de tantos outros pela paciência em gerar algo raro.
Que mude a vida de alguém e que, majoritariamente, facilite os hábitos de vida das pessoas.
Que impacte. Que mude.
O objetivo não é ganhar dinheiro propriamente. É fazer dinheiro com a prerrogativa de que um espírito de equipe vale mais do qualquer relação hierárquica e verticalizada.
Buscando sempre o crescimento.
O negócio não pode se restringir ao Vale.
Tampouco a um único país.
A perspectiva é que o que se cria atinja o maior número de pessoas possíveis e que gere mudanças positivas para essas pessoas.
É um processo de escalar a própria ideia, seguindo um caminho que quando finalizado vai se superar e se criar em um verdadeiro ciclo sem fim.
A competição está presente no Vale e muitos dirão que não é tão simples alcançar bons resultados.
Simples não é.
Mas associado a um lugar competitivo está um lugar colaborativo que onde pessoas acreditam em pessoas e na capacidade de potencialização de uma boa ideia que as interações humanas podem incentivar.
Será que temos esse modo de pensar no Brasil?
O que precisaria ser melhorado ou inserido ao modo de empreender brasileiro? Entre alguns impasses estão:
Negócios existem porque dão dinheiro e pessoas querem integrar esse universo do mundo dos negócios porque querem dinheiro.
Simples? NÃO! Isso não basta.
É preciso pensar numa finalidade além do tamanho da conta bancária.
É preciso estar preparado para competir globalmente, porque é isso que acontece no Vale do Silício.
O Brasil, em alguns momentos, talvez não se deixe convencer por esse pré-requisito e por isso, alguns negócios ficam destinados e reservados a um âmbito muito restrito e de pouco conhecimento.
Eles não avançam e muitas vezes não pensam além da caixinha.
Quando algumas empresas brasileiras, a maioria startups instalam-se no Vale do Silício, julgam ter conquistado um grande vitória.
De fato, integrar o berço da inovação tem suas vantagens e prazeres.
Mas o empreendedor, volta-se justamente para a ideia da qual começamos este texto, a partir do provérbio que diz que a grama do vizinho é sempre mais verde.
O empresário acha que o princípio da proximidade faz do seu empreendimento um sucesso, mas não é bem assim.
Estar próximo de quem já fez acontecer e de quem mudou a vida de alguém – como o caso da Uber que empoderou motoristas e vem promovendo o transporte compartilhado – não é suficiente.
É importante, mas não o bastante para impactar, já que o Vale do Silício ensina que romper barreiras e conquistar novos horizontes vai ser sempre o melhor combustível para o crescimento contínuo.
Os estudantes do Vale do Silício estudam, pesquisam e desenvolvem, aplicam, constroem, a partir da articulação dos espaços físicos das instituições de ensino.
Prova disso é Stanford (já falamos dela por aqui, saiba mais) que pode ser considerada os bastidores dos resultados que vemos no Vale do Silício.
Além disso, grandes projetos tiveram início em universidade, por vezes, interconectadas com ambientes de prática, laboratórios, empresas e rotina diária de trabalho.
A partir do estímulo do ensino, nasceram grandes corporações como a Google.
No Brasil, polos tecnológicos caminham nesse sentido como é o caso do polo tecnológico de São José dos Campos que concentra o eixo de mercado aeronáutico do Brasil.
Lá estão empresas como a Embraer.
O polo concentra mais de 300 empresas e recebe incentivos públicos e privados.
Além da aeronáutica, ganham destaque os setores automotivo, energético, saúde, têxtil, da tecnologia da informação e comunicação, e do transporte.
O mindset do Vale do Silício também prioriza resultados e uma produtividade que apresente mudanças todo momento.
Mas é preciso flexibilizar alguns aspectos para que as pessoas não sufoquem, não se sintam pressionadas e trabalhem com prazer.
É preciso cumprir prazos respeitar normas, mas sem comprometer, por exemplo, a saúde.
Por isso muitas empresas têm flexibilizado horário de alimentação de seus funcionários.
Além de fornecer oportunidades de refeição na própria empresa, as equipes podem se sentir livres para levar o que desejam comer, podem combinar entre elas o cardápio do dia e combinar de comer junto.
Muitas empresas também investem em salas de jogos, viagens e lazer para os funcionários.
Incluem-se também a flexibilidade do dress code, permitindo ao funcionário se vestir da forma que ele se sente à vontade, de acordo com a época do ano, sem se comprimir em ternos quentes ou saltos finos e barulhentos.
Em virtude uma tradição verticalizada das funções em empresas, se vê muito no Brasil, funcionários “oe”: que obedecem e executam.
Mas esses acabam não dialogando no ambiente de trabalho, não compartilham ideias, sequer pensar sobre elas enquanto trabalham.
Esses muitas vezes não conseguem olhar para o que fazem de forma crítica e pensar de forma diferente e otimizada.
No Vale do Silício não é assim.
As pessoas conversam, convergem, divergem e se questionam.
O mindset colabora para sempre pensar na autoavaliação e na avaliação de quem está ao redor.
A ponto de se sentirem à vontade para apontar impasses, propor melhorias e até mesmo inventar novas formas de se relacionar em equipe.
O diálogo sustenta relações e ideias, principalmente, em conjunto.
Você acha que o Brasil já inclui grande parte dessa postura no modo de empreender ou ainda precisa melhorar?
Deixe nos comentários sua opinião.
Imagens: Reprodução Pixabay
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