O que as startups de hoje, que estão sempre buscando acelerar seu crescimento, podem aprender com o boom tecnológico do Vale do Silício dos anos 70 e 80? Em pouco tempo, essa porção ao sul da baía de São Francisco (no centro do Vale de Santa Clara) começou a abrigar tantas empresas de informática e alta tecnologia, que não demorou muito para o local ganhar o apelido de “Vale do Silício”, assim que as primeiras empresas — tendo o silício como matéria-prima fundamental para a produção de processadores e chips — se instalaram por ali.
Desde então, a região se tornou sinônimo da indústria americana de tecnologia digital. Hoje, o Vale do Silício cresceu, dominando toda a área da baía de São Francisco. Ele continua como um polo de tecnologia de ponta, sendo alvo de um forte ecossistema de startups — atraindo, aproximadamente, 43% do financiamento de capital de risco americano, tornando-se lar de dezenas de “unicórnios”, cujo valor de mercado é igual ou acima de US$ 1 bilhão.
Em uma de suas imersões de negócios, André Bianchi, Fundador da IIN (Imersão Internacional de Negócios) afirma que o local concede visões amplas e futurísticas além de antecipar impactos e fatores que afetarão a todos. No entanto, em todo o mundo, outros clusters de inovação surgiram rapidamente — são tantos que a Slate fez uma brincadeira e mapeou todos os lugares que levaram o rótulo de “o novo Vale do Silício”.
Então, como o Vale Santa Clara passou a ser o Vale do Silício? Por que lá, um lugar distante e em uma região rural dos Estados Unidos? De acordo com Bryan Pearce, líder global da EY e Empreendedor do Ano, e Jeff Grabow, líder de capital de risco da EY nos EUA, existem cinco fatores que explicam a transformação de porção da baía de São Francisco no principal polo tecnológico do mundo. Esses pilares de sucesso podem ajudar empresários a pensarem em como impulsionar cada um deles dentro de seus negócios, buscando crescer cada vez mais rápido.
Grandes universidades próximas à região — como Stanford e a University of California, Berkeley — são muito fortes nos ramos de ciência e engenharia, formando profissionais com as competências que as novas empresas de tecnologia de ponta necessitam, fazendo com que os estudantes saiam profissionais “prontos” para o mercado. Uma intervenção ativa, empreendida por essas instituições educacionais, ajudou a estabelecer parcerias com empresas privadas, no intuito de dar experiência prática aos estudantes.
A Stanford e a UC Berkeley sempre incentivaram o ensino do empreendedorismo e de novas tecnologias em suas grades curriculares desde cedo, e saíram na frente de outras instituições ao incluir cursos sobre inovação e habilidades técnicas específicas.
Ainda hoje, o capital acumulado pelas startups do Vale do Silício é 32% maior que a média global, graças a um método criativo para obter financiamento de diversas fontes. Investidor anjo, dívida conversível, capital de risco para um crowdfunding e microfinanças: os empreendedores do Vale do Silício foram tão criativos com fontes de financiamento quanto sua capacidade de inovar em tecnologia eletrônica.
Os empreendedores do Vale do Silício têm maior probabilidade de estarem focados em mudar o mundo por meio de novas descobertas tecnológicas, movidos pela intensa curiosidade e paixão, ao invés de serem impulsionados por uma necessidade comercial de gerar lucro. Para gerar uma mudança tão significativa, eles procuraram trabalhar com profissionais que compartilham da mesma paixão e interesse, buscaram fazer parcerias com empresas que tinham visão semelhante, além de contratarem pessoas com as mesmas ideias para alcançar metas ambiciosas e que trouxeram transformação para o mercado. Essa ambição partilhada por empresa e funcionário incentivou o surgimento de culturas organizacionais específicas, caracterizadas pelo senso de propósito em todos os níveis, do estagiário ao CEO.
O sucesso no Vale do Silício gerou por si só ainda mais sucesso — tendo construído uma fama de lugar de inovação com espírito colaborativo. Por conta disso, cada vez mais profissionais inovadores sentiram-se atraídos, impulsionando a formação de um banco de talentos e oportunidades para desenvolver novas ideias em conjunto. Mas, isso não foi só uma convergência de conhecimento técnico e ideias.
Ser um empreendedor pode ser um negócio solitário; logo, ter acesso a uma rede de profissionais com a mesma visão de negócio pode gerar oportunidades de aprendizado e desenvolvimento, além de um senso coletivo de trabalho. Todos os ecossistemas de conexões entre pessoas se intensificaram ao longo dos anos e ainda hoje continuam promovendo a inovação.
Gostaria de ver de perto as inovações do Vale e perceber como a cultura e o mindset do local influenciaram no seu desenvolvimento?
E descubra como participar da próxima Missão de Negócios ao Vale do Silício.
Ótimas dicas ameiii…